Compositor: Mauro Pagani
Sobre os Montes de Mó
À matina
Uma asna de pelagem clara estava pastando
Sobre os Montes de Mó
À matina
Um jovem moreno e robusto
Estava cortando ramos
E os olhos se encontraram enquanto procuravam água
E a água gotejou pelas caras até a garganta
E a asna tinha os olhos
Cor de mar
E a ele pelo nariz saía
O mistral
E ela zurrava encantada
Ele lhe respondia pronunciando mal
Oh bela minha
A asna lua
A bela minha
Almofada de lã
Oh bela minha
Sorte branca
Oh belo meu
Incendeias-me os olhos
O belo meu
Carnaval de beijos
Oh belo meu
Costuras-me o coração
Amor grande
De primeira vez
A abelha suga todo o mel desta murta
Amor menino
De todas as horas
De almíscar a aldrava
Deste coração
Mas nada se pode fazer nada
Em Gallura
Que não o venham a saber
Em uma hora
E sobre o posto uma feia velha escondida entre os ramos
Chorando e olhando dizia para si mesma com as rebarbas à boca
Beata ela
Nossa que homem belo
Beata ela
Jovem e moreno
Beata ela
Eu morro sozinha
Beata ela
Recordo-me bem
Beata ela
Mais de uma vez
Beata ela
Velhice torta
Amor grande
De primeira vez
A abelha suga todo o mel desta murta
Amor menino
De todas as horas de almíscar a aldrava
Deste coração
O país inteiro se enfeitou
Para o casamento
O mesmo pastor entrou
No seu terno
Mas não conseguiram casar-se
A asna e o homem
Porque nos documentos dizia
Primos de primeiro grau
E ela zurrava encantada
Ele lhe respondia pronunciando mal.