Compositor: Fabrizio De André / Giuseppe Bentivoglio / Nicola Piovani
E eu contava os dentes aos carimbos
Dizia: Graças a Deus, Feliz Natal
Sentia-me normal
Ainda os meus trinta anos
Eram poucos mais do que os seus
Mas não importa agora retorno ao trabalho
Cantavam a desordem dos sonhos
Os ingratos do bem-estar francês
E não davam a ideia
De denunciar homens ao balcão
De um só maio, de um único país
E eu tenho a face usada pelo bom senso
Repito: Não desejamos o mal
E não me sinto normal
E me surpreendo ainda
A medir-me sobre eles
E agora é tarde, agora retorno ao trabalho
Arriscavam a estrada e por um homem
Precisa-se, porém, de um sentido para suportar
Para poder sangrar
E o sentido não deve ser arriscar
Mas talvez não queira mais suportar
Quem sabe que coisa se encontra a libertar
A fé na própria tentação
Afastar os intrusos
Das nossas emoções
Afastar-los em tempo
E antes de encontrar-se só
Com o medo de não retornar ao trabalho
Arriscar liberdade estrada por estrada
Esquecer-se dos trilhos em direção à casa
Eu valho a pena
Por chegar a encontrar a gente
Sem precisar me fingir de inocente
Esforço-me para repetir-me com eles
E quanto mais a ideia vai além do vidro
Mais me deixam para trás
Pela coragem junto
Não sei as regras do jogo
Sem o meu medo me confio pouco
Agora estou atrasado para encontrar os amigos
Pelo ódio poderia consegui-la sozinho
Iluminando com a bomba
Quem tem a face e mostra só o rosto
Sempre agradável, sempre mais impreciso
E o explosivo racha, talha, apalpa
Entre os hóspedes de um baile mascarado
Eu me convidei
A revelar a marca
Atrás de cada máscara que salta
E a não ter piedade pela minha primeira vez