Compositor: Ivano Fossati
Mil anos ao mundo, mil ainda
Que belo engano és alma minha
E que belo o meu tempo, que bela companhia
São dias de janelas adornadas
Cantos de estação
Almas salvas em terra e em mar
Foram jornadas furiosas
Sem atos de amor
Sem calma de vento
Só passagem e passagem
Passagem de tempo
Horas infinitas como constelações e ondas
Impiedosas como os olhos da memória
Outra memória e não basta ainda
Coisas desvanecidas, faces e, depois, o futuro
Os futuros encontros de belas amantes perversas
Serão combates
Serão caças com os cães e com os javalis
Serão corridas, mordidas e arquejos por mil anos
Mil anos ao mundo, mil ainda
Que belo engano és alma minha
E que grande o meu tempo, que bela companhia
Espiei-me iludir-me e falir
Abortar os filhos como os sonhos
Olhei-me chorar em um espelho de neve
Vi-me que ria
Vi-me de costas que partia
Saúdo-te dos países de amanhã
Que são visões de almas camponesas
Em voo pelo mundo
Mil anos ao mundo, mil ainda
Que belo engano és alma minha
E que grande este tempo, que solidão
Que bela companhia